quarta-feira, janeiro 31, 2007

No tempo do Onça

Esta expressão, que indica algo muito antigo, vem da época do governador Luís Vahia Monteiro. Onça era a alcunha desse governador e capitão-geral do Rio de Janeiro. Ranzinza como ele só, e austero ao extremo, o que mais fez, durante o seu governo (1725-1732), foi reclamar. Em uma das cartas ao rei de Portugal, dom João V, declarou:«Nesta terra todos roubam; só eu não roubo

Foi defenestrado em 1732. A população passou a usar Luís Vahia Monteiro como referência de coisa que aconteceu há muito tempo, anacrônica, daquele tempo em que as autoridades governamentais mantinham certos preceitos atualmente em desuso.

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Convento do Carmo

O Convento do Carmo, erguido em 1619 foi, por muito tempo, a maior edificação da cidade. Com a chegada da família real, em 1808, os carmelitas foram forçados a ceder seus aposentos para abrigar a rainha dona Maria, cognominada "a Louca", que ali veio a falecer em 1816.

As instalações pertencem, hoje, à Faculdade Cândido Mendes que construiu, ao lado, uma torre envidraçada, mas conserva a antiga fachada do prédio do convento.

Na foto da esquerda, pode-se ver, ainda, a Igreja de São José e, ao fundo, o Morro do Castelo. Na foto da direita, vê-se a torre envidraçada do edifício da Rua da Assembléia 11.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Veja ilustre passageiro...

Ficaram famosos os versinhos (atribuídos a Bastos Tigre) que, a partir de 1918, faziam publicidade do Rhum Creosotado no interior dos bondes. Tanto os bondes quanto o remédio do farmaceutico Ernesto de Souza (1864-1928) já há muito desapareceram de nossas ruas e farmácias. Os versinhos, entretanto, permanecem lembrados até hoje. Eram impressos em cartazetes, colocados nas laterais internas dos vagões, tinham a ilustração mostrada acima, e diziam:

Veja, ilustre passageiro,
o belo tipo faceiro

que o senhor tem a seu lado.
E, no entanto, acredite,
quase morreu de bronquite.
Salvou-o o Rhum Creosotado!

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Copacabana Palace

A foto de meu pai no alto do morro do Cantagalo mostra Copacabana em 17 de junho de 1923, pouco antes da inauguração do Copacabana Palace. Pode-se notar que o morro do Inhangá, além de interromper a Av. Copacabana, chegava até à praia. Esse morro foi quase totalmente removido, restando, hoje, apenas uma parte (compreendida entre a Avenida Copacabana, e ruas Inhangá, Barata Ribeiro e Rodolfo Dantas) em cuja encosta se situa a Rua Gen Barbosa Lima, e, ainda, um resquício encoberto pelos prédios da quadra limitada pelas avenidas Copacabana e Atlântica, e ruas Fernando Mendes e República do Peru. Onde existia o morro ao lado do Hotel, está instalada a sua piscina, o anexo, e o conjunto que inclui o edifício Chopin.

O hotel, inaugurado em 13 de agosto de 1923 pelo empresário Octávio Guinle, foi o primeiro grande edifício de Copacabana. O prédio, em estilo Luiz XVI, foi projetado do francês Joseph Gire, inspirado em hoteis da riviera francesa. Embora tenha sofrido alterações em seu interior, conserva salões com mármores de Carrara, móveis de época, lustres belíssimos. Merece uma visita o Golden Room, palco de acontecimentos memoráveis, como os concursos de Miss Brasil, bailes de Gala, e apresentação de artistas de fama internacional.