quarta-feira, abril 25, 2007

Rua da Carioca


A Rua da Carioca, a mais carioca das ruas no dizer da Confraria do Garoto, começou tendo a designação de Rua do Egito, graças a um oratório, ali localizado, dedicado à Sagrada Família. Depois, foi a Rua do Piolho, alcunha de um solicitador que ali residia. A partir do séc. XVIII passou a ser conhecida como Rua da Carioca por servir de caminho para quem vinha apanhar água no chafariz. Foi retificada pelo primeiro Vice-Rei, Conde da Cunha (1763-1767) e, mais tarde, alargada quando da remodelação urbana promovida pelo Prefeito Pereira Passos (1902-1906).

A foto, do início do séc XX, mostra a esquina da Carioca com a Uruguaiana.

quarta-feira, abril 18, 2007

Mourisco


Botafogo foi, também, alvo de novidades introduzidas pelo prefeito Pereira Passos.

Foi aberta a chamada Avenida de Ligação _atual Oswaldo Cruz_ (a Ruy Barbosa ainda levaria algum tempo).

Foi construido, junto ao mar, um Pavilhão de Regatas que vinha atender ao esporte da época: o remo. Basta dizer que, entre 1894 e 1908 foram criados 12 clubes de regatas na cidade.

No final de Botafogo surgiu o chamado Pavilhão Mourisco (na verdade, neo-persa como explica o historiador Milton Teixeira, citado no post do Manequinho, de 04abr2007) onde funcionavam um restaurante elegante e, em prédio próximo, um teatrinho. Combinava várias cores ressaltando o dourado, o prateado e o castanho, em azulejos coloridos e vitrais espanhóis, trazidos de Valencia. Foi, mais tarde, transformado em biblioteca infantil dirigida pela poetiza Cecília Meirelles. Demolido em 1951 para possibilitar o acesso ao tunel do Pasmado, mas o local continua a ser chamado de «Mourisco».

No cartão postal pode-se ver o Pavilhão Mourisco em primeiro plano e, ao longe, o Pavilhão de Regatas. Nas outras fotos, vê-se o Mourisco e o Pavilhão de Regatas. Finalmente, a Av. de Ligação (atual Oswaldo Cruz).


quarta-feira, abril 11, 2007

Igreja da Glória

Construída a partir de 1714, em local de muita importância na historiografia carioca, a igreja de NªSª da Glória do Outeiro, descortina linda vista sobre a baía.

No local, então chamado morro do Leripe, havia o forte de Biroaçumirim _com muitos franceses e artilharia_ quando foi conquistado, em 20 de janeiro de 1567, pelos portugueses sob o comando de Estácio de Sá. Essa vitória veio consolidar o domínio luso na cidade, embora tenha custado a vida de Estácio, ferido mortalmente por uma flexa no rosto.

A igreja, que veio substituir uma antiga ermida, foi construída pela Irmandade de NªSª do Outeiro. Terminada em 1738, tem característica marcante de sua arquitetura o fato de ter sua planta constituída de dois octógonos. Exibe azulejos datados de 1743 (e atribuídos a Mestre Valentim) em 61 painéis que decoram a nave, o altar-mor, a sacristia e o coro da Igreja.

Com a chegada da corte portuguesa, em 1808, igreja ganhou enorme prestígio. Era a preferida da família Real. Foi nela que, em 1819, D.João VI trouxe a neta, princesa Maria da Glória, para a cerimônia da Consagração. A partir daí, todos os membros da familia Bragança, nascidos no Brasil, foram consagrados na Igreja da Glória. D. Pedro II outorgou à Irmandade o título de Imperial que ainda conserva, mesmo na república.

quarta-feira, abril 04, 2007

Manequinho


A estátua iniciou sua trajetória nos primeiros tempos da Praça Floriano Peixoto, antes mesmo da demolição do Convento da Ajuda, onde foi instalada de frente para o Palácio Monroe. Foi logo transferida para bem longe, devido ao escândalo que causou a existência de um menino nu, e ainda urinando, em plena Praça Floriano. Uma indecência! Acabou no final da praia de Botafogo, no local chamado _até hoje_ Mourisco, graças a um pavilhão em estilo mourisco existente até 1951. «Era um prédio com cinco torres, com bulbos em cima, dourado e marrom, com vitrais coloridos. Apesar do nome Mourisco, era neopersa. Era um restaurante dançante, tendo atrás um teatro de marionetes para crianças. De restaurante, foi tendo várias funções, inclusive biblioteca infantil», explica o historiador Milton Teixeira.

Nas proximidades, já existia a piscina do Botafogo de Futebol e Regatas. Com a conquista do Campeonato Carioca de 1957, a estátua do menino apareceu vestido com a camisa do Botafogo, (dizem que por obra de Didi, que pagava uma promessa feita). A partir daí, tornou-se um símbolo da torcida alvi-negra. Acabou furtado, em 1990, não se sabe se por afronta aos botafoguenses, ou simples vandalismo. Uma nova estátua foi fundida, graças ao fundidor Zani e, em seguida, recolocada no Mourisco. Finalmente, com a recuperação, em 1994, da antiga sede social, foi o Manequinho instalado em frente ao prédio, na Av. Venceslau Brás, 72, onde hoje se encontra.

Há gente que, erradamente, acredita que seja uma réplica do Manneken Pis, pequena estátua existente, em um nicho, numa esquina de Bruxelas (Rue de l'Etuve Rue de Chêne). Mas há diferenças marcantes: com o belga é muito menor (pouco mais que 20cm) e tem uma cabeça enorme, desproporcional ao corpo; o nosso, bem maior (cerca de 1m) tem as proporções de um menino; o belga usa a mão esquerda para orientar o jato, enquanto o nosso está com as duas mãos livres. Manneken Pis significa "pequeno homem urinando", nada tem a ver com o diminutivo de Manoel: Maneco, Manequinho.