quarta-feira, julho 25, 2007

Casa França-Brasil



O edifício onde está instalada a Casa França-Brasil foi mandado erguer por D.João VI, em 1819, para servir de Praça do Comércio. Projetado pelo arquiteto Grandjean de Montigny, o prédio é o primeiro registro do estilo neoclássico no Rio de Janeiro. Foi inaugurado em 13 de maio de 1820, e tornou-se logo importante centro de comércio da cidade.

Quando de seu regresso a Portugal, quis o rei deixar leis que lhe garantissem o controle da colônia. Às vésperas da partida, em 1821, o povo rebelou-se e, na Praça do Comércio, passou a exigir, entre outras coisas, uma constituição liberal. O movimento foi violentamente reprimido pelas tropas do rei, que invadiram o prédio e dissolveram a manifestação. Em protesto, os comerciantes abandonaram o prédio que acabou fechado.

Com a independência, D.Pedro I destinou-o ao uso da Alfândega. Para isso, o prédio sofreu algumas modificações levadas a cabo por André Rebouças. O Rio era o mais importante porto do nosso comércio internacional, e assim continuaria até que a inauguração do porto de Santos, no segundo reinado, viesse diminuir sua importância econômica. A Alfândega funcionou alí até 1944, quando foi transferida para a Av. Rodrigues Alves.

Embora tombado pelo Patrimônio Histórico desde 1938, o prédio vinha sofrendo com a falta de conservação, arriscado até a desabar. Depois de algum tempo sem função, passou a abrigar o II Tribunal do Juri, que o ocupou de 1956 a 1978, período em que recebeu alguma assistência.

Após a mudança do Tribunal, quase foi demolido. A construção do viaduto da perimetral havia provocado rachaduras, e o tráfego pesado abalado sua estrutura, causando infiltrações e outros comprometimentos. Obras de escoramento, concluídas em 1979, salvaram o prédio. No início da década de 1980, o IPHAN realizou grandes obras, necessárias à recuperação do prédio, e surgiram idéias de aproveitamento cultural.

Em 1984, Darcy Ribeiro, então Secretário de Cultura do Estado, iniciou conversações com o governo francês para a implantação de um centro destinado ao intercâmbio cultural entre Brasil e França. Trabalhos de restauração fizeram com que o prédio retornasse ao aspecto original, como havia sido projetado por Montigny.

Finalmente, em 29 de março de 1990, foi a Casa França-Brasil inaugurada.

A foto P&B mostra o prédio na década de 1940.

quarta-feira, julho 18, 2007

Igreja de Nª Sª de Bonsucesso













Pouco tempo depois de o padre Anchieta ter fundado, em 1582, a Santa Casa da Misericórdia, foi construída uma capela dedicada a NªSª da Misericórdia, padroeira da casa. No séc XVII a Irmandade resolveu trocar a invocação para NªSª de Bonsucesso. A pedra fundamental de uma nova capela-mor foi lançada em 1724, mas a falta de verbas impediu o aumento da nave principal. Finalmente, as obras projetadas pelo Brigadeiro Alpoim foram concluídas em 1780. A fachada, um frontispício jesuítico, bastante simples, apresenta duas janelas no côro.

O altar-mor, de 1822, é uma doação de D. Pedro I. Quando do desmonte do morro do Castelo, a igreja recebeu três altares da Capela do Colégio dos Jesuítas que existia no morro. Esses altares, esculpidos em 1620, no estilo maneirista, são os mais antigos existentes na cidade. Na sacristia há, ainda, um belo lavabo barroco português em pedra, do início do século XVIII.

Na foto do início do séc.XX, vê-se, ainda, o início da subida da Ladeira da Misericórdia e, no alto do Morro do Castelo, o colégio dos jesuítas e a torre da igreja de Santo Inácio de Lyola. Hoje, da Ladeira resta um pequeno trecho conservado como testemunho daqueles tempos. Na foto mais recente pode-se admirar a singeleza da fachada.

quarta-feira, julho 11, 2007

Igreja da Santa Cruz dos Militares


Nas ruínas do forte de Santa Cruz, construído à beira-mar, na Rua Direita (hoje Primeiro de Março) em 1585, foi instalada uma capela pela Irmandade de Sta Cruz, em 1623. A Irmandade fora criada pelos militares do Rio de Janeiro em 1611. A capela, depois de cinco anos de obras, transformou-se em sólida igreja. Serviu de catedral por duas vezes, de 1703 a 1704 e de 1734 a 1737, devido às péssimas condições da igreja de São Sebastião, no alto do morro do Castelo.

O corsário francês Duclerc, em 1710, tentou invadi-la, mas acabou sendo capturado perto dela. Duguay-Trouin, no ano seguinte, conseguiu saqueá-la.

Em 1780, foi lançada a pedra fundamental de uma nova igreja que levaria 22 anos para ser concluída. Projetou-a o Brigadeiro José Custódio de Sá e Faria. A talha foi feita por Mestre Valentim, entre 1805 e 1812. A fachada foi inaugurada por D.João em 1811; e a torre sineira, que fica no fundo do prédio, foi inaugurada no ano seguinte. Quando pronta, a igreja constituiu a melhor expressão do barroco jesuítico na cidade.

As estátuas de São Mateus e de São João Evangelista, que tinham sido colocadas nos nichos da fachada, estão hoje no Museu Histórico Nacional.

Em 1828, D.Pedro I concedeu o título de Imperial à Irmandade. Foram provedores o Duque de Caxias, em 1870, e o Conde d'Eu, marido da Princesa Isabel e Ministro da Guerra de Pedro II. Dez bandeiras tomadas ao inimigo na batalha de Avaí, em 1868, foram entregues à Irmandade para serem depositadas na igreja, a pedido dos soldados.

No quadro (acima) do inglês Richard Bates, do séc.XIX, pode-se ver a torre sineira. As fotos, abaixo, mostram a fachada e o interior.

A Igreja da Sta Cruz dos Militares foi tombada, em 1938, pelo IPHAN. Fica localizada na Rua Primeiro de Março, 36, na esquina com a Rua do Ouvidor.




quarta-feira, julho 04, 2007

Ponte da Ilha das Cobras



























A curiosa ponte pênsil «Almirante Alexandrino de Alencar» unia, ao continente, a Ilha das Cobras, onde ficavam o Hospital Central da Marinha, o Batalhão Naval e outros estabelecimentos da Marinha. Foi inaugurada em 1915, e levava o nome do Ministro da Marinha que a mandara construir. Possuia um transportador volante que percorria seus 288m de comprimento conduzindo cargas, e até 400 pessoas em pé.

Com a transferência do Arsenal de Marinha para a ilha, e a construção de um novo Depósito Naval, a ponte pênsil já não atendia às necessidades, razão porque foi necessário substituí-la pela «Arnaldo Luz», o que ocorreu em 1930.

Hoje, desmontada a ponte «Alexandrino de Alencar», permanece em serviço a «Arnaldo Luz», que já completou mais que 70 anos de uso.

Na fotos, pode-se ver: a ponte pênsil; as duas pontes, lado a lado; e, finalmente, uma vista da plataforma móvel a meio caminho do trajeto.