quarta-feira, novembro 25, 2009

Alargamento da Rua Uruguaiana

Com o alargamento da Rua Uruguaiana, promovida pelo Prefeito Pereira Passos, em 1906, toda uma fileira de casas foi demolida, e a rua, bem mais espaçosa, passou a ser endereço de lojas elegantes.

A foto, de 1904, mostra o trecho da Rua Uruguaiana fronteiro à Igreja do Rosário.

O anúncio, publicado na revista Careta, de 1928 _embora visando as senhoras de luto_ confirma o padrão de elegância dos estabelecimentos instalados na rua alargada.


quarta-feira, novembro 18, 2009

Cassino da Urca

Construído em estilo eclético, pelos arquitetos Archimedes Memória e Francisco Couchet, para atender aos visitantes da Exposição de 1922, como Hotel-Balneário. Concluída a Exposição, o prédio passou a ser um hotel-cassino.

Na década de 1930, quando o jogo foi estabelecido no Brasil, Joachim Rolla, um mineiro empresário de estradas e protegido de Arthur Bernardes, passou a adquirir cotas do hotel-cassino e em pouco tempo tornou-se proprietário do imóvel.

Como Cassino, teve suas salas freqüentadas pela alta sociedade do Rio, e por visitantes de todo o mundo. Carlos Machado, tornou-se maestro da orquestra Brazilian Serenaders, famosa banda titular do Cassino, que tinha entre seus músicos artistas que se tornariam famosos, como Laurindo de Almeida, Fafá Lemos, Russo do Pandeiro, entre outros, além do pianista e cantor Dick Farney.

Eleazar de Carvalho foi Diretor Musical do Cassino, e dentre as cantoras que pisaram aquele palco podemos citar, entre muitas outras, Carmen Miranda, Emilinha Borba, Marlene, as irmãs Baptista, Virgínia Lane, Lourdinha Bittencourt, Dalva de Oliveira.

Em 1946, quando o jogo foi proibido no Brasil, Rolla possuía perto de seis cassinos além de outros empreendimentos. E o edifício da Urca ficou sem utilidade até que, em 1950 foi comprado por Assis Chateubriand que nele instalou a TV Tupi, ali permanecendo até 1980, quando a estação saiu do ar.

Novo período de inutilidade até que, em 2006, o edifício começou a ser restaurado pelo Instituto Europeo de Design que passaria a ocupá-lo. Entretanto, a substituição do Prefeito possibilitou à Câmara ter aprovada sua proposta de tombamento do prédio, o que ocorreu em junho deste ano de 2009.

A foto que encabeça o texto foi extraída da revista Careta, de 14jan1928. A foto abaixo, mostra o edifício em 1923, vendo-se, também, a atual Rua Marechal Cantuária que, na época, ficava a beira-mar.





quarta-feira, novembro 11, 2009

Jardim do Valongo

Bem menor, por certo, que o da Babilônia, o Rio também possui um jardim suspenso. Fica na encosta do Morro da Conceição, ali pelos lados da Rua Camerino.
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Projetado pelo paisagista Luiz Reys no tempo do Prefeito Pereira Passos (1902-1906), foi a forma encontrada para a contenção da encosta, na altura da Ladeira de Pedro Antônio.
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O acesso, pela Camerino, é feito por uma escada bastante íngreme (o espelho é bem maior que o degrau). Além de uma "casa de guarda", hoje ocupada por invasores, havia quatro estátuas de mármore representando os deuses da mitologia grega: Minerva, Mercúrio, Ceres e Marte, além de balautsradas imitando troncos e "pedras", tudo feito de cimento.
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Parece que a Prefeitura, em 2001, pensou em recuperá-lo, pois se apresentava tristemente abandonado e vandalizado. Na verdade, não mais pensaram nesse jardim.
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Hoje, esse bem tombado, a nivel federal em 1938, continua deixado de lado, imundo e depredado, transformado em local de consumo de «crack».
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-o0o-

quarta-feira, novembro 04, 2009

Rua Senador Dantas


Dá nome à rua, Manoel Pinto de Sousa Dantas, Ministro da Agricultura Comércio e Obras Públicas (de 1866 a 1868), Ministro da Justiça (de 1866 a 1882), e Senador em 1888. Presidiu o 32º Gabinete, governando de 1884 a 1888, tendo dado grande impulso à libertação dos escravos,

A rua foi aberta, ao final do século XIX, em terras pertencentes às irmãs do Convento da Ajuda, resultando uma pendência judicial que terminou com a condenação do Estado ao pagamento de indenização às freiras.

Na nova rua foram construídas residências, algumas bem elegantes, porém passaram a ser ocupadas por «Pensões de Artistas», sofisma que, no século passado, designava as «casas de tolerância» ou, no dizer atual de Anselmo Gois, «casas de saliência».

Acontece que a rua era percorrida, em toda sua extensão, pelos bondes que damandavam a Zona Sul, constrangendo as famílias que, naquele tempo sem carros e sem ônibus, deles faziam uso. À noite a coisa piorava, e tanto que as autoridades fecharam todos essas «pensões».

Devolvidos aos donos, os imóveis eram difíceis de alugar pela má fama que a rua adquirira. Os proprietários resolveram, então, cedê-las gratuitamente e por seis meses aos estudantes de Faculdades que as transformaram em «repúblicas». Passado o semestre, e tendo os estudantes representado o papel de verdadeiro desinfetante moral, não foi difícil, aos proprietários, alugarem seus imóveis após uma restauração e pintura.