quarta-feira, abril 28, 2010

José do Patrocínio

Nesta época pré-campanha eleitoral, vale a pena recordar José do Patrocínio (1853-1905), conforme nos conta Humberto de Campos em seu livro Brasil Anedótico:

“Começava Patrocínio a ser hostilizado pelos propagandistas da República, que o acusavam de haver abandonado as suas fileiras, lisonjeado pelo beijo que a Princesa dera no seu filho pequeno, quando, num meeting, o grande abolicionista tentou falar.

- O Brasil... - ia começando, quando se deteve.

Atribuindo aquela pausa a um estado de decadência, a multidão começou a rir. Patrocínio olhou-a, do alto, e continuou:

- O Brasil... que somos nós?

Silêncio absoluto.

- Sim; que somos nós? - tornou.

E formidável:

- Somos um povo que ri, quando devia chorar!”



quarta-feira, abril 21, 2010

Profeta Gentileza







Seu nome era José Datrino, nascido em 1917. Dizem que desde os 12 anos de idade tinha premonições sobre a missão que lhe era destinada na Terra.

Em 1961, em Niterói, um horrível incêndio queimou o Gran Circo Norte-americano durante uma função, matando mais de 500 pessoas, a maioria crianças. Consta que José Datrino, então, largou família e empresa, e, por quatro anos, viveu acampado no terreno onde havia ocorrido o incêndio, lá montando jardim e horta.

Depois desse tempo, passou a ser um andarilho pelas ruas do Rio, pregando o amor, a bondade, e o respeito, não só ao próximo como à Natureza. A partir de 1980, passou a pintar inscrições, em verde e amarelo, em pilastras do Viaduto do Caju. Hoje, as 56 pilastras com inscrições estão tombadas pelo Patrimônio Cultural da Cidade.

Para aqueles que o chamavam de louco, respondia: “Sou maluco para te amar, e louco para te salvar”.

quarta-feira, abril 14, 2010

Palácio Universitário

Surgido com o desejo de marcar a maioridade do Imperador Pedro II (ocorrida em 1840), o edifício em estilo neo-clássico, na esquina da Av. Pasteur com a Av. Venceslau Braz, foi construído no período de 1842 a 1852.

Inaugurado como «Hospício D. Pedro II» recebeu os doentes que até então eram mantidos no centro da cidade pela Santa Casa da Misericórdia. Teve seu nome alterado, por Decreto de 1890, para «Hospício Nacional de Alienados», instituição que, em 1944, é transferida para Jacarepaguá.

A Reitoria da Universidade do Brasil ocupa o prédio em 1949, e o submete à restauração que preserva o estilo arquitetônico original e termina em 1953, quando algumas faculdades são instaladas no local. Em 1961, a Universidade do Brasil passou a chamar-se Universidade Federal do Rio de Janeiro. Com a construção da Cidade Universitária, na ilha do Fundão, a Reitoria transferiu-se, deixando no prédio de Botafogo algumas de suas unidades.

A foto de 1885 mostra, no canto direito, trecho do então Hospício D.Pedro II. As imagens abaixo mostram, o prédio ainda em frente ao mar _praia da Saudade, onde hoje fica o Iate Clube do Rio de Janeiro_ e a fachada, já como Palácio Universitário.










quarta-feira, abril 07, 2010

Rua Paulo Barreto


Pequena rua em Botafogo homenageia o jornalista, contista, cronista e teatrólogo João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto.

Nascido no Rio de Janeiro, em 1881, era filho de Alfredo Coelho Barreto, um gaúcho positivista, e de Florência, uma bela negra dez anos mais moça. Aos 18 anos tornou-se jornalista. Fez parte do grupo de colaboradores de José do Patrocínio no jornal Cidade do Rio, quando adotou o pseudônimo João do Rio, o mais conhecido dentre os muitos que usou.

Foi redator de importantes diários como a Gazeta de Notícias e O País. Fundou o jornal A Pátria que dirigiu até sua morte, em junho de 1921. Ocupou, desde 1910, a cadeira 26 da Academia Brasileira de Letras, e participou da fundação, em 1917, da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais que, mais tarde, presidiu.

Revolucionou a maneira de redigir as notícias, dinamizando o jornalismo, até então cheio de arcaísmos e pompas vazias.

Deixou muitas obras que, infelizmente, perderam popularidade com o passar dos anos. Conhecido continua o livro A Alma Encantadora das Ruas. Dentre seus contos a sátira O Homem da Cabeça de Papelão. O sítio Domínio Público disponibiliza 5 de suas obras.